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Como a tecnologia está transformando a vida financeira dos médicos
Quando se fala em médicos, muitas pessoas imaginam estabilidade financeira, bons salários e segurança. A realidade, no entanto, pode ser bem mais complexa. Um estudo publicado em 2025 no SAGE Open revelou que o índice de bem-estar financeiro dos brasileiros segue baixo, mesmo entre profissionais qualificados. O relatório “Mapping the Financial Well-Being of Brazilians” mostrou que mais de 72% dos entrevistados relataram dificuldade em manter o controle das finanças e se sentem despreparados para lidar com imprevistos, o que inclui categorias como profissionais da saúde.
Foi para responder a esse cenário que nasceu, em Belém (PA), a fintech Portí, criada especialmente para médicos que lidam com múltiplos vínculos, repasses e jornadas intensas, mas não têm tempo, ou ferramentas adequadas, para organizar sua vida financeira. “A nova realidade é a do médico-empreendedor”, afirma o fundador Jonathan Sarraf, que também é médico. “Cada contrato, cada plantão, cada fonte de renda traz prazos de repasse diferentes e exige horas de controle que o médico não tem. Nossa missão é absorver essa complexidade.”
Para dar suporte a essa missão, a Portí criou um ecossistema digital de soluções interligadas, que vão além de um único aplicativo. Por meio do Portí App, do Portí Bot no WhatsApp e da carteira digital Portí Pay, o usuário acessa produtos como o Medescomplica (organização fiscal e contábil), o Repasse Médico (visualização e controle de recebíveis), o Antecipaí (liquidez imediata para valores a receber) e o Portí Club (benefícios exclusivos em educação, bem‑estar e serviços). “Queremos que o médico visualize, planeje e execute sua vida financeira de ponta a ponta. Tecnologia aplicada à produtividade, segurança e autonomia”, explica Sarraf.
A médica de Família e Comunidade, Amanda Matos, é um exemplo disso. Dividida entre plantões em porta de urgência e emergência, ela vivia entre turnos longos e dias fora de casa. “Não sabia exatamente o que tinha a receber, nem quando. Com a Portí, tudo ficou mais claro. Vejo no celular, posso antecipar valores, tenho suporte contábil e ganho tempo para focar na minha carreira”, conta.
Os efeitos, segundo os dados, vão além da praticidade. Pesquisas como a da Behavioral Science & Policy Association (BSPA) e da Financial Health Network (2024) indicam que profissionais que têm controle financeiro e clareza sobre seus recursos apresentam menores índices de ansiedade, melhor desempenho e maior bem-estar emocional.
Na prática, isso significa mais tempo para o paciente e mais saúde para quem cuida da saúde dos outros. “A maior devolutiva que recebemos é: ‘Agora eu posso respirar’, porque a Portí entrega previsibilidade e libera o profissional da sobrecarga burocrática”, afirma o fundador.
Além da tecnologia, um diferencial da fintech é o olhar para a realidade do Norte do Brasil. “Entendemos as particularidades logísticas, operacionais e até culturais da nossa região. Nosso suporte é próximo, ágil e sensível ao contexto local”, ressalta Sarraf.




