SAÚDE
“Dezembrite”: a tristeza que afeta muitas pessoas no fim do ano
Enquanto o fim do ano costuma ser associado a festas, confraternizações e celebrações, para muitas pessoas esse período desperta sentimentos bem diferentes. Tristeza, sensação de vazio, frustração, cansaço emocional e ansiedade são comuns nessa época e costumam ser chamados, de forma popular, de dezembrite, expressão usada para se referir à tristeza típica do mês de dezembro.
De acordo com o psicólogo da Hapvida, Fabrício Vieira, é importante explicar que não se trata de um diagnóstico clínico nem de um termo reconhecido pela psicologia. “O que existe é um aumento da vulnerabilidade emocional provocado por fatores como cobranças sociais, balanços de vida, frustrações acumuladas e expectativas não atingidas. O termo surgiu de forma popular para nomear esse conjunto de sentimentos comuns nesse período”, explica.
O psicólogo destaca ainda que o fim do ano pode acentuar sentimentos de solidão. “Datas comemorativas tendem a evidenciar ausências, seja pela perda de pessoas queridas, afastamentos familiares ou mudanças significativas na vida. Isso pode intensificar a sensação de vazio e tristeza”, afirma.
Quando a tristeza merece atenção
Embora seja comum se sentir mais sensível nessa época, Fabrício Vieira alerta para sinais que indicam a necessidade de cuidado. “Quando a tristeza é persistente e vem acompanhada de falta de energia, alterações no sono, isolamento social ou perda de interesse por atividades que antes davam prazer, é importante procurar ajuda profissional”, orienta.
O psicólogo ressalta que esse sofrimento emocional não deve ser normalizado como algo que precisa ser suportado em silêncio. “Existe uma ideia equivocada de que todos precisam estar felizes no fim do ano. Essa pressão emocional pode agravar o sofrimento de quem já está fragilizado”, pontua.
Estratégias para atravessar o período com mais equilíbrio
Entre as recomendações, Fabrício destaca a importância de acolher os próprios sentimentos. “Reconhecer que não se está bem é o primeiro passo. Permitir-se sentir, sem culpa ou comparação, ajuda a reduzir a carga emocional”, afirma.
Manter uma rotina mínima de autocuidado também faz diferença, diz ele. “Dormir bem, alimentar-se adequadamente, praticar atividade física e limitar o consumo de álcool contribuem para a saúde emocional”.
Outra orientação é buscar conexões reais, mesmo que em pequenos gestos. “Conversar com alguém de confiança, manter vínculos afetivos e não se isolar completamente são atitudes que ajudam a atravessar esse período”, reforça.
Buscar ajuda é um ato de cuidado
Para o psicólogo, o mais importante é lembrar que ninguém precisa enfrentar esse momento sozinho. “Sentir tristeza no fim do ano não é sinal de fraqueza. Buscar apoio psicológico é um ato de cuidado consigo mesmo e pode fazer toda a diferença para iniciar o novo ano de forma mais saudável”, conclui.




