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Oficina promove formação de jovens rurais e quilombolas no Pará

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Foto: Reprodução | Fonte: IPAM

Com o intuito de fortalecer habilidades em comunicação audiovisual voltadas à valorização do território e à agricultura familiar amazônica, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) realizou, entre 8 e 12 de setembro, a “Oficina de Comunicação: juventude, território e sustentabilidade”. Participaram lideranças comunitárias, representantes de organizações locais e jovens das áreas rurais de Paragominas, Abaetetuba e Moju, no Pará.

A atividade integrou as ações do projeto Corredor da Sustentabilidade, que tem como objetivo produzir e sistematizar informações para subsidiar ações de consolidação dos territórios com inclusão e desenvolvimento socioeconômico rural de baixas emissões.

Comunicação Prática

A oficina ofereceu treinamento em ferramentas e estratégias de comunicação para fortalecer o desenvolvimento territorial sustentável e fomentar estratégias de sucessão familiar rural por meio do protagonismo juvenil, utilizando a tecnologia como instrumento de comunicação e defesa de suas realidades.

“Somos todos amazônidas, quilombolas, e temos uma realidade diferente. Para nós, falar de capacitação e acesso ao conhecimento, especialmente na era digital, é um verdadeiro privilégio. Poder oferecer um curso como esse para a nossa juventude rural não tem preço”, expressou Antônio Moraes, responsável pela Casa Familiar Rural da Comunidade Quilombola de Nossa Senhora das Graças de Jambuaçu.

Ana Santana, da Comunidade Paragonorte Caip, foi uma das participantes. “O curso é muito importante para nós, jovens de assentamentos rurais, porque pudemos aprender mais e desenvolver melhor nossas habilidades com a tecnologia”, contou.

Durante a oficina, foram abordadas tanto as bases teóricas da comunicação quanto realizadas atividades práticas de edição de vídeo, utilizando aplicativos de celular. Cada equipe formada roteirizou, produziu e editou um vídeo curto, apresentado coletivamente durante o encerramento da oficina.

“Eu já conhecia o aplicativo de edição mas não sabia usar direito. Agora, pude aprender muito mais, tirar dúvidas e explorar minhas curiosidades. É uma forma de nos ajudar a desenvolver uma nova maneira de comunicar a realidade da minha comunidade” disse Arthur Souza, estudante da Casa Familiar Rural e morador da Comunidade Quilombola de Santana do Baixo.

“Nosso objetivo vai além das oficinas. Desejamos refletir sobre o potencial das ferramentas de comunicação como aliadas na valorização do conhecimento, da produção e das identidades amazônidas. E, nesse processo, a juventude tem um papel fundamental. Mais do que um projeto, isso é uma construção coletiva em defesa da Amazônia e de seus povos” explicou Graciela Froehlich, pesquisadora de Desenvolvimento Territorial do IPAM.

População rural em queda

O último Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2022, mostrou que o Brasil perdeu cerca de 4,3 milhões de moradores em áreas rurais nos últimos 12 anos. Segundo o estudo “Motivaciones para las migraciones juveniles del campo a la ciudad en Brasil”, em português: Motivações para as migrações juvenis do campo para a cidade no Brasil. De um total de 1,9 milhão de migrantes rurais-urbanos no período de 2011 a 2023, pelo menos 669.871 eram jovens.

Esse movimento é impulsionado por fatores como a busca por melhores oportunidades de educação, emprego e infraestrutura urbana, assim como pelas dificuldades de manter uma vida sustentável no campo, especialmente na agricultura familiar. A falta de acesso a políticas públicas, serviços básicos e assistência técnica também contribui para essa migração.

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