Entenda a relação entre obesidade e saúde reprodutiva feminina

A saúde reprodutiva feminina pode ser afetada por vários fatores, incluindo o peso corporal. A obesidade e o sobrepeso são problemas de saúde prevalentes em todo o mundo, aumentando o risco de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Nas mulheres, essas condições podem afetar a fertilidade, comprometendo a ovulação e a receptividade do útero à implantação do embrião.

A ginecologista e obstetra Yara Caldato, da Hapvida, explica que o desequilíbrio hormonal causado pelo excesso de tecido adiposo é um dos principais mecanismos pelos quais a infertilidade relacionada ao peso corporal pode ocorrer.

“O tecido gorduroso funciona como um órgão endócrino, produzindo hormônios, citocinas inflamatórias e contribuindo para a resistência à insulina. Além disso, pode haver hiperinsulinemia, estimulando excessivamente os ovários a produzirem andrógenos. Isso é especialmente preocupante em mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)”, contextualiza.

De acordo com a especialista, estudos indicam que mulheres com peso corporal elevado têm uma probabilidade reduzida de engravidar naturalmente, mesmo que apresentem ciclos ovulatórios regulares. Além disso, a obesidade pode levar a uma resposta ovariana reduzida, menor taxa de fertilização e um endométrio menos receptivo em reprodução assistida.

“A obesidade também aumenta o risco de complicações gestacionais, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro e macrossomia fetal”, pontua Yara. “O acompanhamento médico é essencial para garantir a saúde reprodutiva e geral das mulheres”, complementa.

De acordo com uma pesquisa apresentada no último Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO), estima-se que, em até 20 anos, 48% dos adultos brasileiros terão obesidade e 27% vivam com sobrepeso. Além disso, as projeções para 2030 indicam que 30,2% das mulheres brasileiras terão obesidade e 37,7% terão sobrepeso.