POLÍCIA
Polícia apreende veículo de ex-funcionário público com munições não declaradas

Um cabo da Polícia Militar do Pará lotado na cidade de Óbidos (Baixo Amazonas) foi preso na noite da quinta-feira, 09, em Santarém, no oeste do Pará, por posse ilegal de munição. Ele dirigia um veículo cinza (Jeep Compass) na rodovia estadual PA-370 (Santarém/Curuá-Una), quando foi interceptado por uma guarnição da PM no quilômetro 74 da rodovia.
O veículo (placa RUC5F09) já estava sendo monitorado. Denúncias davam conta que estaria há vários dias transportando homens armados para a comunidade de Chapadão, área marcada por conflitos agrários e exploração ilegal de madeira.
Na abordagem feita pela polícia, por volta das 19h30, dois homens estavam dentro do Jeep: Adriano Alves de Sousa, o motorista, e Landualdo Martins dos Santos, passageiro. O primeiro, constatou-se, é cabo da Polícia Militar do Pará lotado na 29ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar), em Óbidos, comandada pelo tenente-coronel David Samaroni.
MUNIÇÃO E ARMA
Na fiscalização do veículo, os policiais militares localizaram no porta-luvas uma cartela de munição calibre 38, marca CBC, lacrada. Na ocasião, nenhum dos ocupantes do Jeep assumiram a posse da munição.
Mais tarde, porém, Landualdo Santos disse que a cartela de munição seria de sua propriedade, pois ele tinha uma arma (calibre 38) não registrada. O cabo da PM, por sua vez, disse que estava somente dirigindo a pedido do proprietário do veículo, de nome Amilton Queiroz Freiras, seu amigo.
E mais: que estava conduzindo o Jeep de “Amilton” com Landualdo até o Chapadão.
Motorista e passageiros foram levados à delegacia de Polícia Civil, onde o caso foi passado para o delegado Renan Viana Santos, que lavrou o auto de prisão em flagrante contra os dois. Mais tarde, eles foram soltos após pagarem fiança de dois salários-mínimos arbitrada pelo delegado.
Adriano Sousa e Landualdo Santos responderam em liberdade pelo delito de posse ilegal de munição (artigo 14 da Lei 10.826/2003) do Estatuto do Desarmamento.
Amilton Freitas e Samaroni já tiveram seus nomes citados no depoimento de Kalebe Silva, filho de um ex-vereador de Santarém, preso em junho de 2024 com um carro contendo mais de 50kg de drogas vindas em uma balsa alugada pelo Coronel Samaroni, e que saiu de Manaus, com destino a cidade de Santarém.
Ademais, Amilton é ex-funcionário do IGPREV, e foi exonerado do órgão após a polêmica da droga, pois estava como gerente da balsa alugada por Samaroni, em vez de estar no trabalho do qual recebia seus proventos pelo Governo do Estado.
Amilton também se mostra como assessor pessoal de um deputado estadual, que sempre esteve ao lado de Carlos Silva, Pai de Kalebe que foi preso com a droga na balsa que Samaroni alugou e que Amilton gerenciava.
Foto: Reprodução