ENTRETENIMENTO
MC Íra está de volta com ‘Vinguei’ discutindo empoderamento da mulher negra no meio artístico
O videoclipe é o segundo da série de singles inéditos lançados pela parceria entre a Psica Produções e a Warner Music Brasil

Um ano após o lançamento do EP de estreia “Opala”, MC Íra está de volta denunciando os efeitos do racismo na autoestima da mulher preta e reforçando a importância do empoderamento da artista amazônica. Em “Vinguei”, a artista mostra a influência do candomblé na letra e o trap na sonoridade. Com videoclipe gravado em Curitiba (PR), o lançamento chega ao público na próxima sexta-feira (2) e é o segundo da série de singles inéditos lançados pela parceria entre a Psica Produções e a Warner Music Brasil.
“É uma música essencialmente sobre aquilo que vivo. Canto sobre o empoderamento de nós, mulheres negras, sobre amar outra mulher negra dentro desse meio artístico, onde somos ainda mais questionadas e vítimas de uma estrutura racista. Mas temos sonhos e conquistas mesmo em meio a tudo isso. Não podemos deixar de celebrar nossas vitórias e ajudar aquelas que estão chegando lá”, conta a MC.
Com um trabalho marcado por vivências que passam pela denúncia do extermínio da juventude negra e críticas ao racismo e à realidade do povo brasileiro, a rapper paraense condomblecista ainda fala sobre religião na nova música. “Falo de Ogum, um orixá conhecido por ser guerreiro. Os filhos dele não são diferentes. É uma energia que, sem dúvida, nos inspira na nossa luta diária, para se ‘vingar’ da estrutura racista, vencendo na vida. Por isso a importância de levantar o nome dessa divindade na música”, explica.
A sonoridade ainda traz trap com uma pegada de funk, já considerada a marca da artista. “Sempre gostei muito de funk… De rap então, nem se fala. Gosto quando os dois se misturam e não falando necessariamente de um trapfunk, mas sim de alguns elementos do funk no trap, e o produtor Navibeatz faz isso como ninguém. Muitas das minhas faixas são nesse estilo, que intitulam até de ‘trap de cria’, com referências no Rio de Janeiro”.
Sobre a artista
Maíra Mendes Rocha Gomes, ou simplesmente Íra, tem 22 anos de idade e iniciou na música em 2019 como produtora de música e poesia para outros rappers, além de além de desenvolver trabalhos fotográficos de videomaker e colagem. Ela produziu o Battle Girl Power, batalha que fomentou a cena do rap feminino em Belém.
Foi em abril de 2020, que assumiu a própria carreira de MC e compositora, lançando o primeiro single “Flow Vira-Lata”. Em abril de 2021, a artista lança o EP “Opala”, com cinco faixas autorais. O trabalho rendeu à MC uma apresentação na 9ª edição do Festival Psica, junto aos rappers amazônicos Drin Esc, Urb4no, Íra, o trio DaBruxa Clan, Yanna Mc, MC Super Shock, Kurt Sutil e os DJ’s Morcegão e Navi Beatz.
Parceria Psica e Warner
Através da “Psica Gang”, selo musical da Psica Produções, nove artistas amazônicos passam a fazer parte da Warner Music Brasil, mostrando suas culturas e realidades para todo o mundo. A nova fase foi marcada com o lançamento de “Sem Apego”, do castanhalense Kratos, no último dia 26, e continua com o videoclipe de “Vinguei” de Íra nesta sexta.
Ao longo das próximas seis sextas-feiras, um lançamento semanal celebra a parceria Psica e Warner com videoclipes inéditos. Navi Beatz, Drinc Esc, Daniel ADR, Urb4no, Layse, MC Super Shock e Nic Dias estão entre as próximas novidades, reunidas na série “Para abrir os caminhos”. São artistas predominantemente pretos e periféricos, que representam regiões distintas do Pará e do Amapá, porta-vozes de movimentos musicais de periferia, como o rap e o brega.