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Diabéticos sofrem com falta de insumos no SUS de Parauapebas

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Foto: Reprodução | Fonte: Correio de Carajás

O Brasil é o quinto país no mundo em número de pacientes portadores de diabetes segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde. A doença, que dificulta ou impossibilita a absorção de açúcar pelo corpo humano, pode causar diferentes sequelas físicas a quem a desenvolve ou a carrega de forma hereditária. São mais de 16 milhões de brasileiros atingidos pelo mal, e muitos deles, em Parauapebas, estão jogados à própria sorte pelo sistema de saúde no município.

Se amontoam as denúncias contra as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) por falta de insumos básicos como lancetas (usadas para colher sangue no momento do teste de insulina), fitas para glicosímetro (que mede o nível de açúcar no sangue) e agulhas para exames, além da ausência de médicos especializados na doença para realizar o atendimento devido aos diabéticos da Capital do Minério, segundo maior PIB do estado do Pará.

Maria do Socorro Ferreira, de 54 anos, é moradora do bairro Casas Populares II, onde ela se queixa de falta de remédios para controle da hipertensão, uma das condições que a diabetes causa aos portadores, além da falta de insumos.

“Comprar esses produtos nas farmácias sai muito caro, com o dinheiro que a gente recebe não dá nem para comprar os remédios e nosso alimento direito”, se queixou a paciente, que também sofre de bronquite asmática e já sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela disse que o único insumo que chega corretamente até ela pela UPA do Casas Populares são os cilindros de oxigênio, usados para outro problema de saúde que não a diabetes.

Outro paciente, Amadeus Soares, também de 54 anos, denuncia que há mais de seis meses não há lancetas ou agulhas específicas para os testes de insulina na UPA do Complexo Altamira, onde faz acompanhamento.

“Também não tem o remédio pra hipertensão, seringas de insulina… Há mais de um ano tá assim. As lancetas que tinham lá não eram compatíveis com meu glicosímetro, já fiz a solicitação para receber as que me servem três vezes ou mais ou para trocar esse aparelho, e nunca trocam. É um constrangimento”, diz Amadeus, se queixando também da falta dos remédios para tratamento de diabetes e condições cardíacas.

Antônio Caetano da Silva, repórter, recebe atendimento na UPA do Novo Horizonte e diz que desde quando chegou ao bairro tem problemas com os insumos necessários para cuidar da doença. “Preciso de quatro canetas [de injeção de insulina] por mês e só tem uma quando vou buscar, e às vezes não tem nada. Piorou muito de uns anos pra cá, não tem nada no posto”, diz Caetano.

O repórter também se queixou da logística empregada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) em que um paciente cadastrado em uma UPA não pode retirar insumos em outro posto onde não está registrado, mesmo que uma unidade tenha os medicamentos ou produtos e outra, não.

Em uma farmácia do bairro Jardim Tropical, o Portal Correio de Carajás fez o levantamento de quanto é necessário para adquirir os insumos. O glicosímetro é vendido a R$ 130; o pacote com 50 agulhas para aplicação de insulina custa R$ 110; as lancetas usadas no glicosímetro são vendidas em cem unidades por R$ 15 e cada exame de nível de insulina no sangue feito no local tem preço de R$ 5.

Entrevistado pelo Portal Correio de Carajás, o secretário municipal de Saúde Gilberto Laranjeiras tirou a responsabilidade da administração pública de Parauapebas, alegando que a distribuição dos insumos e remédios para diabéticos é papel do Governo Federal, que faz o repasse para os governos estaduais e, sucessivamente, municipais.

“Quando temos falta de material relacionado ao tratamento de diabéticos, solicitamos imediatamente o governo estadual. Já fizemos o pedido e estamos aguardando os insumos chegarem para redistribuir para toda a nossa rede de saúde”, disse Laranjeiras, que se referiu à Parauapebas como “referência em saúde na região”, apesar das diversas reclamações ouvidas pela reportagem.

Quanto à reclamação relatada por Antônio Caetano sobre a logística empregada pela Semsa de cadastrados em uma unidade não poderem retirar insumos em outra unidade, Laranjeiras afirmou que irá levar a sugestão à pauta da secretaria. Enquanto isso, os diabéticos de Parauapebas seguem batalhando pela sua qualidade de vida da forma mais difícil: sem auxílio. 

Por: Juliano Corrêa – com informações de Ronaldo Modesto

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