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PARÁ

Pará foi o estado com a maior queda no número de mortes violentas em 2020

País registra um aumento nos crimes violentos após dois anos consecutivos de queda. Mesmo com isolamento social, mais da metade dos estados registra alta nos indicadores.

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Foto: Reprodução / Fonte: G1 PA

Segundo o pesquisador Aiala Couto, da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há duas forças hegemônicas que influenciam a queda dos índices de criminalidade: uma relacionada ao Estado e outra relacionada à atividade ilícita, sobretudo ao narcotráfico.

“Hoje temos uma presença maior da Polícia Militar nas ruas e também tivemos várias prisões de grupos milicianos que promoviam execuções de forma descontrolada na periferia, que atingia principalmente a população jovem negra”, explica Couto.

No entanto, ele aponta que, a partir de pesquisas empíricas nos bairros de Belém, nota-se uma mudança na organização do crime, que se aproxima do modelo seguido por facções de São Paulo e do Rio de Janeiro.

“Os bairros onde houve uma redução das mortes violentas foram os mesmos em que o tráfico de drogas impôs um modelo de organização proibindo assaltos, brigas de vizinho e de marido e mulher. Mas os dados [da Secretaria de Segurança] não mostram essa dinâmica”, diz o pesquisador, que dá como exemplos os bairros Terra Firme e Barreiros, em Belém.

Ele pondera, porém, que o Pará é uma área importante na rota do tráfico e, portanto, de interesse dos grandes grupos criminosos organizados. Por isso, pode ser que haja conflitos futuramente. “Ainda estamos em uma dinâmica de redução dos dados de criminalidade, mas a quantidade de droga apreendida cresceu de forma significativa”, afirma Couto.

Índice nacional de homicídios

A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.

Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O governo federal anunciou a criação de um sistema similar ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro. Os dados, no entanto, não estão atualizados como os da ferramenta do G1.

Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço de 2019 foi realizado dentro do Monitor da Violência, separadamente, e foi publicado em abril. O do primeiro semestre de 2020 foi publicado em setembro. O fechado do ano de 2020 ainda será divulgado.

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