ECONOMIA
Pará é segundo no ranking de estados que mais geraram empregos
Saldo por mil empregados ficou em 19,1, perdendo apenas para Roraima, com 22,1
O Pará ficou em segundo lugar no ranking de estados que mais geraram empregos por meio dos pequenos negócios em setembro, segundo um relatório divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O saldo por mil empregados ficou em 19,1, perdendo apenas para Roraima, com 22,1. Já no acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o saldo por mil empregados foi de 44, também ocupando o segundo lugar, atrás apenas de Roraima, com 54,8.
Em todo o país, os pequenos negócios foram os que reagiram mais rapidamente à flexibilização econômica, recuperando cerca de 443 mil empregos nos meses de julho, agosto e setembro, enquanto as médias e grandes empresas (MGE) criaram quase a metade dessas vagas no mesmo período – 245 mil. A análise ainda mostra que, no mês de julho, o saldo das micro e pequenas empresas (MPE) foi 2,4 vezes maior que o das médias e grandes. Já nos meses de agosto e setembro, os saldos das MPE foram 76% e 66% maiores que as médias e grandes, respectivamente. Considerando o acumulado do ano, os dados mostram que, entre demissões e contratações, as pequenas empresas tiveram um saldo melhor, com cerca de 40 mil demissões a menos que as MGE.
De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, o órgão enxerga os dados como extremamente positivos, especialmente com a retomada econômica após o pico da pandemia. “Muitas empresas foram fechadas e pessoas demitidas, mas agora muitos negócios também estão sendo abertos, é um sinal positivo”, diz. Ele afirma que os pequenos negócios têm um papel fundamental na economia paraense, já que mais de 95% das empresas no Estado são micro e pequenas. As expectativas para o futuro, segundo Rubens, são positivas.
O proprietário de um laboratório em Belém é um dos exemplos do bom desenvolvimento dos pequenos negócios este ano. Mauro Athayde, de 44 anos, conta que, durante a pandemia do novo coronavírus, seu negócio teve bons resultados. “Somos serviço essencial, fabricamos álcool e álcool em gel, então nesse período, que pegou todos de surpresa, tivemos um bom desempenho, abastecemos o mercado com nossos produtos”, lembra. Isso contribuiu para que sua renda crescesse em torno de 30%. Ele ainda precisou comprar máquinas e contratar cinco pessoas para aumentar sua produção.
Após o pico da pandemia, no entanto, ele viu suas vendas diminuírem, já que o mercado estava abastecido com os produtos. Mesmo assim, ele conta que há procura pelos itens de higienização e saúde todos os dias. “Acho que vai permanecer assim por muito tempo. Muita gente relaxou, mas já estão falando da segunda onda, então as pessoas estão se ligando para abastecer sua casa com os produtos. A população se espertou, está se cuidando mais. E trabalhamos também com suplementos e vitaminas, isso sempre tem demanda, e com a pandemia cresceu”, diz. Com isso, suas expectativas para o ano que vem são positivas.
Em Breves, no Pará, a empresária Leide Gomes, de 25 anos, tem uma loja de bolsas e sapatos, e conta que também conseguiu obter crescimento durante a pandemia. “Toda pequena empresa quer crescer, e acredito que funcionários bons agregam muito a esse crescimento. Precisamos de pessoas que nos ajudem a fazer a empresa crescer”, pontua. No seu caso, o investimento foi em um profissional de vendas online e marketing, e Leide diz que “fez toda a diferença”. A dica da empresária para quem procura emprego na pandemia é se capacitar e fazer cursos, para que o profissional esteja mais preparado para o mercado de trabalho.
Por Elisa Vaz