ECONOMIA PARAENSE
Pandemia afeta produção de patos para o Círio 2020
Com insumos mais caros para produtores, o preço da ave deve pesar no bolso dos consumidores
No almoço do Círio ele é quase indispensável, o pato no tucupi é considerado um dos mais tradicionais pratos regionais da quadra nazarena. A ave, comercializada tradicionalmente nas feiras e supermercados, é símbolo da confraternização da família católica paraense. Entretanto, com a pandemia do novo coronavírus que modificou as festividades deste ano, a produção de patos sofreu alterações e os preços podem pesar o bolso do consumidor.
O produtor de patos e frangos Marcelo Macedo, que há três anos trabalha com venda de aves em grande escala, afirma que a pandemia atrapalhou a produção de patos para o Círio 2020. Os insumos utilizados nas granjas foram comercializados a valores elevados se comparados à mesma época em 2019, contou o produtor.
Marcelo disse que o preço do milho, por exemplo, que antes custava R$44,00 subiu para R$60,00; enquanto a soja, outro item básico da produção, vendido ano passado por R$90,00, agora custou R$120,00. “A pandemia nos atrapalhou muito, os preços dispararam e tudo isso fez a gente (produtores) pensar muito se iriamos ou não produzir massivamente este ano”, contou o produtor.
A criação de patos e frango caipira acontece o tempo todo, porém, pensando na comercialização para o período do Círio, a parte de reprodução é potencializada desde janeiro. Para Marcelo, não há dúvidas que as vendas deste serão menores por causa das turbulências provocadas pelo coronavírus, no entanto, ele acredita que a iguaria do pato no tucupi não faltará na mesa do paraense.
“Tenho convicção que os negócios, o consumo e a compra serão baixos dessa vez, pois não teremos as procissões e por causa disso poucas pessoas devem vir do interior do Pará ou de outros estados para Belém. Mas acredito que as famílias vão continuar tendo o almoço do Círio”, disse Marcelo.
Marcelo ressaltou também que a produção foi menor esse ano devido ao preço dos insumos, ele disse também que alguns produtores desistiram das vendas para 2020, o que deve refletir em preços salgados para os clientes. Para o produtor, a expectativa é que as vendas cheguem a 70% do que foi vendido em 2019.