ECONOMIA
173 projetos de privatização no país são comandadas pelo BNDS
O BNDES conta hoje com 73 projetos de privatização em andamento em 19 setores que podem gerar quase R$ 190 bilhões em investimentos privados.
De acordo com Fábio Abrahão, diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, desse total, 32 iniciativas estão ligadas à infraestrutura social, como saneamento, iluminação pública e meio ambiente. Rodovias, portos e mobilidade urbana somam 11 projetos.
Abrahão citou o edital para privatizar os serviços de distruibuição de água e de coleta e tratamento de esgoto da Cedae, que foi colocado em consulta pública semana passada. Ele lembrou que a privatização pode gerar 45 mil empregos durante as obras de ampliação e melhorias e, posteriormente, com a operação.
Ele participou do seminário “Retomada do Crescimento por meio de Investimentos em Infraestrutura”, realizado pelo BNDES na tarde desta segunda-feira e transmitido pela internet.
— Há uma carência de investidor estratégico hoje. Por isso, estamos no movimento de atração. Vamos ainda criar uma plataforma que excede a troca de informações e de acesso. Queremos expandir esse conceito para receber informações de investidores. Estamos desenhando e deve entrar em operação em setembro. O objetivo é abrir o Brasil para o investidor estrangeiro. Não adianta colocar investimentos na prateleira e não ter investidor — disse Abrahão.
Gustavo Montezano, presidente do BNDES, destacou que, apesar da crise gerada pela pandemia do coronavírus, os trabalhos em torno dos projetos de privatização não foram suspensos. Ele destacou o grande número das iniciativas em âmbito federal, estadual e municipal.
— Hoje, o ‘pipeline’ de projetos estaduais já é maior que o volume de iniciativas no âmbito federal. O desafio do BNDES é trabalhar em parceria com outros bancos de desenvolvimento e outras instituições financeiras. O nosso sucesso depende do cofinanciamento e da sindicalização. Trazer esses bancos com outra leitura de risco vai ajudar a avaliar os projetos — afirmou Montezano, lembrando ainda do projeto de o banco atuar como garantidor.
O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, disse que “crédito é uma dificuldade no mundo inteiro”.
— Paramos as reformas para as medidas emergenciais e combate ao coronavírus. Mas elas são necessárias, como a tributária. Paulo Guedes já preparou um grupo para pensar na retomada. Um ponto importante da retomada é manter a agenda das reformas. Passada a crise, vamos retomar as privatizações. No segundo semestre, as coisas vão mudar e precisamos ser atrativos — destacou Guaranys.
Ele citou como prioritárias projetos de privatização nas áreas de saneamento e de energia.
— Há a discussão da Eletrobras, o novo marco do gás, com gás barato para a indústria, e a discussão no setor de petróleo, com a revisão do marco regulatório.